O diretor do Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas (Decade), Osvaldo Nico Gonçalves, comemorou a prisão do primeiro suspeito de matar um vendedor ambulante a chutes e socos na estação Pedro II do metrô de São Paulo e intimou o segundo a se apresentar “o quanto antes”, “senão eu vou buscá-lo”, disse.
Nico Gonçalves classificou o crime como “bárbaro, hediondo e covarde” e comentou a prisão de Ricardo Martins, lamentando o fato de ele ser jovem: “Foi muito gratificante prender esse rapaz ontem, no interior, porque ele contava com a impunidade. Ele achou que ia cair no esquecimento, se ferrou. Ontem a polícia bateu na sua porta”, afirmou a entrevista exclusiva à Jovem Pan na manhã desta quarta (28).
Luis Carlos Ruas, conhecido como Índio, a vítima fatal das agressões no metrô no último domingo de Natal (25), que teria tentado defender travestis atacados pela dupla, era conhecido de Nico Gonçalves, segundo o delegado. O diretor do Decade diz que “ficou muito abalado” com o assassinato e que está “bem feliz” com a prisão do suspeito. “Estou muito contente. Nunca me emocionei tanto com uma prisão como essa. Eu conhecia o sr. Ruas”, afirmou. Nico chamou a vítima de um “pobre vendedor de biscoito da porta do metrô”.
“Mentira”
O delegado relatou também parte do depoimento de Ricardo à polícia e classificou: “Ele está falando um monte de mentira aqui, falando que foi assaltado por um travesti, e que o sr. Ruas (a vítima fatal) deu uma garrafada na cabeça do amigo dele”. Nico enfatizou sua posição: “Eu não acredito em nada que ele fala. Ele foi orientado por advogados para tentar se defender e dizer que quem são os culpados são os travestis e sr Ruas, e não ele”.
Assista à entrevista completa abaixo:
Segundo o delegado, o advogado do suspeito tenta um contramandato na justiça para reverter a decisão alegando ser desnecessária sua prisão. Nico, no entanto, acredita que o pedido será rejeitado pois vê “evidências muito grandes” da autoria do assassinato.
O diretor do Decade afirmou que está muito perto de encontrar Alipio dos Santos, primo de Ricardo, suspeito de ter participado das agressões, que ainda está foragido. Nico disse que há 30 policiais mobilizados “checando vários endereços”. “Estamos bem pertinho do outro”, disse. O policial acredita que nem precisará usar informações que chegam devido à recompensa de R$ 50 mil oferecida pela Secretaria de Segurança Pública por relatos sobre o paradeiro de Alípio.
“Chegaram várias denúncias, mas vamos economizar esse dinheiro, vamos gastar em outro lugar. Vamos prender esse cara. Foi um trabalho muito grande da polícia de prender”, declarou também Nico Gonçalves.
O suspeito Ricardo Martins chegou calado à delegacia da Barra Funda, zona oeste da cidade, nesta quarta após se dizer “arrependido” pelo que havia feito:
Brasil de Fato – “Nos tornamos uma câmara de gás a céu aberto”, diz um manifesto assinado por religiosos, artistas e intelectuais em referência ao papel do presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia de coronavírus.
“Assistimos horrorizados ao extermínio sistemático de nossa população, sobretudo dos pobres, quilombolas e indígenas”, diz o texto que tem como signatários o padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua, o teólogo Leonardo Boff, dom Mauro Morelli, bispo emérito de Duque de Caxias (RJ), além de artistas como Chico Buarque e Zélia Duncan.
O manifesto foi divulgado na noite de sábado (6) e afirma que a população está refém “do genocida Jair Bolsonaro, que ocupa a presidência do Brasil, junto a uma gangue de fanáticos movidos pela irracionalidade fascista”.
O texto foi divulgado no momento em que o país encerra a semana mais letal desde o início da pandemia de coronavírus. O país ultrapassou a triste marca de 260 mil mortes por coronavírus registrada desde o início da pandemia e registrou recordes de mortes registradas em 24h ao longo da semana.
A “carta aberta à humanidade” classifica como “intencional” o colapso do sistema de saúde no país.
“O descaso com a vacinação e as medidas básicas de prevenção, o estímulo à aglomeração e à quebra do confinamento, aliados à total ausência de uma política sanitária, criam o ambiente ideal para novas mutações do vírus e colocam em risco toda a humanidade”, diz o texto.
Confira na íntegra o texto da carta
“Vivemos tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança.” Hanna Arendt
O Brasil grita por socorro.
Brasileiras e brasileiros comprometidos com a vida estão reféns do genocida Jair Bolsonaro, que ocupa a presidência do Brasil, junto a uma gangue de fanáticos movidos pela irracionalidade fascista.
Esse homem sem humanidade nega a ciência, a vida, a proteção ao meio ambiente e a compaixão. O ódio ao outro é sua razão no exercício do poder.
O Brasil hoje sofre com o intencional colapso do sistema de saúde. O descaso com a vacinação e as medidas básicas de prevenção, o estímulo à aglomeração e à quebra do confinamento, aliados à total ausência de uma política sanitária, criam o ambiente ideal para novas mutações do vírus e colocam em risco toda a humanidade. Assistimos horrorizados ao extermínio sistemático de nossa população, sobretudo dos pobres, quilombolas e indígenas.
Nos tornamos uma “câmara de gás” a céu aberto.
O monstruoso governo genocida de Bolsonaro deixou de ser apenas uma ameaça para o Brasil para se tornar uma ameaça global.
Apelamos às instâncias nacionais – STF, OAB, Congresso Nacional, CNBB – e às Nações Unidas. Pedimos urgência ao Tribunal Penal Internacional (TPI) na condenação da política genocida desse governo que ameaça a civilização.
Na última semana, os leitos do Hospital Risoleta Tolentino Neves, em Belo Horizonte, voltaram a alcançar 100% de ocupação, com possibilidade e necessidade de expansão das enfermarias.
Quem torce pela melhora no cenário a curto prazo é o médico intensivista Claudio Lemos.
“A gente nota que há um perfil um pouco mais jovem. Pessoas abaixo dos 40, 50 anos, sem comorbidade. Ainda tem os idosos acima dos 75, só que o percentual, que antes era 80% (de ocupação por idosos), agora está em 60%. Estamos lotados; março vai ser um mês triste”, prevê.