“Devido ao afrouxamento das medidas preventivas, falta de distanciamento social, aglomerações, falta do uso de máscara, de fazer higienização da mão corretamente, observamos aumento assustador de casos no Brasil”, explicou o infectologista Julival Ribeiro. No Amazonas, por exemplo, o governo estadual não impôs medidas restritivas para as festas de fim de ano.
Segunda onda semelhante à primeira
Entre os estados em que a segunda onda se assemelha à primeira, estão Amapá, Espírito Santo, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo. Em maior ou menor grau, todos tiveram pico de mortes causadas pela Covid-19 em julho e agosto, queda na segunda metade de 2020 e repique a partir do último trimestre do ano passado.
Estar nesse grupo também não é bom. Um exemplo é Rondônia, que já sinalizou o esgotamento do sistema de saúde no estado, pedindo o envio de médicos e a transferência de pacientes internados para outras UFs.
Além disso, o fato de a segunda onda não ter transposto a primeira não é garantia de que este grupo está isento de uma mudança no cenário. Qualquer outra dessas UFs pode passar pela situação de Rondônia, caso as medidas corretas para evitar o espalhamento da doença não forem tomadas.
Segunda onda menor do que a primeira
As unidades federativas com a situação menos grave no momento são as com curva de mortes significativamente menor agora do que a observada na primeira onda. São elas: Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, Sergipe e o Tocantins.
Estar neste grupo também não é motivo para relaxamento. Um menor número de óbitos atualmente não é garantia de que esse índice não venha a aumentar. Na Bahia, por exemplo, a média móvel de mortes está em torno de 32. A quantidade é menor do que a observada na primeira onda, que chegou a 73, mas é maior do que a registrada em outubro e novembro, quando estava na faixa de 20.
Outro fator que preocupa é a variante do vírus em circulação no Brasil, que é mais contagiosa. Ribeiro é taxativo sobre a questão: “Até se provar o contrário, devemos pensar que o Brasil está com uma nova variante mais transmissível, é a explicação mais plausível neste momento”. Para o infectologista, o único jeito de evitar ainda mais mortes em decorrência da Covid-19 é “redobrar as medidas preventivas e vacinar urgentemente a população”.