Policiais também investigam a empreiteira Odebrecht, que também tem sido escrutinada pela Lava Jato
A Polícia Federal cumpre quatro mandados de busca e apreensão e dois de condução coercitiva em uma investigação que envolve pessoas ligadas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ação é desdobramento de inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) e investiga contratos da Odebrecht com empresas de parentes de autoridades.
O ex-presidente, porém, não é alvo dos mandados desta sexta-feira (20). Um sobrinho do petista foi levado para depor. Taiguara Rodrigues dos Santos teria recebido US$ 2 milhões da Odebrecht em obra da Odebrecht na Angola. Ele é filho do irmão da primeira esposa de Lula, Maria de Lourdes da Silva, já falecida.
De acordo com o G1, Taiguara é dono da empresa Exergia Brasil Projetos de Engenharia, sediada em Santos. A empresa foi contratada pela Odebrecht para atuar em uma da Odebrecht em Angola. A empreiteira brasileira executou, em 2012, as obras de ampliação e modernização da hidrelétrica de Cambambe, no continente africano. No mesmo ano, a Odebrecht obteve um financiamento do BNDES para executar o projeto.
A Operação tem ligação com a Procuradoria do Distrito Federal e investiga tráfico de influência. O foco da operação, que não faz parte da Lava Jato, é a cidade litorânea paulista de Santos.
Segundo a PF, o objetivo da investigação é verificar se contratos da Odebrecht com uma empresa do ramo de construção civil em nome de parentes de um ex-agente público foram utilizados para o pagamento de vantagens indevidas.
A investigação começou com o envio para a PF de um Procedimento de Investigação Criminal do Ministério Público Federal que pretendia investigar se a construtora Odebrecht teria, entre 2011 e 2014, pagado propina em troca de facilidades na obtenção de empréstimos de interesse da multinacional junto ao BNDES.
“As medidas cumpridas hoje têm como meta esclarecer quais razões para a Odebrecht ter celebrado contratos, entre 2012 e 2015, com uma empresa de construção civil de pequeno porte com sede em Santos/SP para a realização de obras complexas em Angola”, afirma nota da PF.
De acordo com a investigação, apenas por seus serviços nas obras de reforma do complexo hidrelétrico de Cambambe, a empresa recebeu R$ 3,5 milhões. A obra recebeu do BNDES financiamento que totalizava US$ 464 milhões.
A Polícia Federal investiga agora a prática dos crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro, previstos, respectivamente, no art. 332 do Código Penal e no art. 1º da Lei 9613/98.
A PF está na empreiteira Odebrecht. Investiga-se suposto tráfico de influência. As apurações envolvem os nomes de Lula e de Alexandrino Alencar, ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht e ex-vice-presidente da Braskem.
O nome da ação da PF é “Operação Janus”. Jano (em latim, Janus) é o nome de um deus grego que simboliza os princípios e a transformação. Sua representação imagética, de dois rostos, um virado contra o outro, representa o passado e o futuro. A menção à divindade latina quer mostrar como deve ser realizado o trabalho policial, sempre atento a todos os lados e aspectos da investigação.
São Paulo – Em fevereiro, o preço médio da cesta básica diminuiu em 12 capitais e aumentou em outras cinco, segundo pesquisa do Dieese divulgada nesta sexta-feira (5). O resultado foi inverso do que se verificava há vários meses, quando o custo aumentava na maioria das cidades. No primeiro bimestre, a cesta aumenta em 12 e cai em cinco. Mas no acumulado em 12 meses a alta é generalizada, especialmente na região Sul.
Assim, em 12 meses, até fevereiro, o preço médio da cesta aumentou 29,74% em Florianópolis, 28,37% em Porto Alegre e 27,88% em Curitiba. No Rio de Janeiro, a alta foi de 24,58% e em São Paulo, de 23,03%. As menores elevações foram em capitais nordestinas: Recife (11,76%), Fortaleza (13,06%) e Natal (14,43%).
A cesta mais cara de fevereiro foi a de Florianópolis (R$ 639,81), seguida pelas de São Paulo (R$ 639,47) e Porto Alegre (R$ 632,67), Com base na primeira, o Dieese estimou em R$ 5.375,05 o salário mínimo necessário para as despesas básicas de uma família de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças).O valor corresponde a 4,89 vezes o mínimo vigente (R$ 1.100), proporção um pouco menor que a de janeiro (5 vezes).
Cesta e salário mínimo
O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica caiu para 110 horas e 22 minutos. E o trabalhador remunerado pelo salário mínimo comprometeu, na média, 54,23% do rendimento para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. No mês anterior, esse percentual foi de 54,93%.
O preço do café em pó subiu em 14 das 17 cidades. “Demanda firme e taxa de câmbio valorizada foram fatores de alta”, diz o instituto. Já o preço do açúcar aumentou em 13. “O Centro-Sul, maior produtor do país, vive período de entressafra. As usinas negociaram pequenos lotes para manter a oferta reduzida e o preço elevado. As exportações em alta também ajudam a pressionar os preços no mercado nacional”, comenta o Dieese.
Carne sobe, batata e soja caem
Enquanto o valor da carne bovina de primeira teve alta em 12 capitais, o da batata caiu em nove. “A colheita das safras das águas vem abastecendo o mercado e a elevada oferta fez cair os preços do tubérculo.”
Por sua vez, o valor médio do óleo de soja teve redução em 15, depois de meses de alta. “A colheita do grão elevou a oferta de soja. Além disso, a demanda foi menor devido à redução na renda das famílias por causa do fim do auxílio emergencial e dos altos patamares do valor médio nos meses anteriores.”
Uma produção suprapartidária sacudiu as redes sociais nesta quinta-feira (4/3) ao discutir o #CustoBolsonaro.
“Bolsonaro custa as vidas dos brasileiros, custa a queda livre da economia nacional. Entenda as consequências de eleger uma pessoa sem experiência, sem projeto e sem palavra”, disse o ex-ministro Ciro Gomes (PDT).
A atriz Alice Braga escreveu no Twitter que estão queimando o Brasil. “E queimando o filme do Brasil. Com Bolsonaro a conta não fecha.”
Guilherme Boulos, líder do MTST e ex-candidato do PSOL à Prefeitura de SP, perguntou: “Quanto custa Bolsonaro ao Brasil?”
“O #CustoBolsonaro está quebrando o Brasil. Com esse presidente, a conta não fecha. Não dá mais”, registrou o PCdoB.